O metrô segue, abarrotado, todos os dias a mesma coisa. Acho que nós, que usamos o metrô todo santo dia, aprendemos um pouco a sermos contorcionistas, do corpo e da alma. Nas televisões espalhadas pelo vagão passam propagandas e dicas variadas. Chega a ser irônico, explico: Outro dia assisti um vídeo educativo onde um ortopedista dava dicas de como caminhar da maneira adequada. A legenda ia aparecendo enquanto a câmera focalizava as pernas de duas pessoas andando lentamente, o texto era algo como: "Deve-se evitar pisar com a ponta do pé ou "marretar" o chão, dando pisadas muito fortes. O correto é primeiro aterrissar o pé no solo com o calcanhar, rotar e aterrissar a planta do pé". O problema é que o metrô estava tão lotado, que minha coluna estava torta, forçada por uma bolça que vinha de trás, meus pés estavam colados devido a falta de espaço, minha mochila pesava no meu pescoço, meu nariz quase grudava na tela, para vocês terem uma idéia... enfim... No final desci todo dolorido. Gostaria de saber o que o Metrô e o ortopedista tem a me dizer sobre a maneira como as pessoas são transportadas dentro dos vagões do metrô de São Paulo? Tenho certeza que está longe de ser o modo correto e saudável.
Talvez por isso nos meus desenhos as pessoas parecem cansadas, dormindo ou de cabeça baixa, acho que elas não estão tristes, elas estão exaustas.
2 comentários:
a gente vai se apaixonando devagarzinho por esse blog...
Bonito isso que você escreveu, Nina.
Obrigado.
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